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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Jilbertão: o Educador e Escritor dos Sonhos e da Liberdade

Malhador foi berço do nascimento de muita gente importante. Homens e Mulheres que tanto contribuíram para o desenvolvimento econômico, político, social e cultural local. Nestas terras já vimos nascer João Cardoso, Ariosvaldo Figueiredo, Carlos Miguel e tantos outros cidadãos que nos enchem de orgulho.

Muitos fizeram história, outros fazem, uns são a própria história, orgulhos desta terra que outrora recebeu a alcunha de Terra do Inhame. Mas um cidadão malhadorense merece um destaque especial: estou a falar do Professor e Escritor Jilberto Rodrigues, nascido em Malhador no dia 15 de maio de 1957. Este Professor tem contribuído de maneira incalculável para o desenvolvimento da educação e cultura local. Seus trabalhos, tanto nas salas de aula como na literatura dão mostras do quanto nossa gente é capaz de progredir humanamente dedicando-se a arte de educar e ser educado.

Jilbertão, como é popularmente conhecido por seus alunos se tornou ao longo dos anos um referencial para os jovens que almejam crescer na vida por meio da educação. Suas aulas, sempre coerentes e divertidas faziam-nos (e tenho certeza que ainda faz) viajar de maneira prazerosa pelas letras, regras gramaticais e pela literatura. Nunca foi tão prazeroso estudar substantivo, adjetivo, pronome, pontuação e todas as diretrizes e regras da nossa língua. Quando eu sentava na carteira e via o professor Jilbertão entrar na sala de aula sabia que seria uma manhã de muita aprendizagem e diversão. Por esse motivo o Sr. Jilberto Rodrigues se tornou um ícone da educação no município de Malhador, uma referencia para todos os estudantes.

Mas suas contribuições não param por ai, Jilbertão tem enriquecido nossa cultura com a arte da escrita. Além de Professor se tornou um exímio escritor, produzindo um material com conteúdo e gênero diverso e com muita qualidade literária. Quando se debruçou na produção do romance Vidas em Retalho, nos encheu de emoção ao retratar aspectos do cotidiano de nossa gente que ficou para trás. Ousou no estilo literário, rompendo com regras que outros escritores tinham como intransponíveis. Para ser sincero, nos emocionou com uma obra simplesmente inesquecível. E me emocionou especialmente por me dar a honra e o prazer de ter sido oficialmente o seu primeiro leitor.

Mas sua genialidade não parou no romance Vidas em Retalhos, Jilbertão foi além e nos presenteou com vários contos de sua autoria. Mais uma vez ele deu mostras da sua sagacidade escrevendo contos com características diversas: os primeiros que li foram os Contos e Pontos Paulistanos. Estes contos retratavam com muita imaginação e humor casos e conflitos sociais nas ruas e casas de São Paulo, mesmo quem nunca tinha ido às terras paulistanas se perdia e se encontrava nas ruas da terra da garoa. Proezas deste Senhor.

Mas tive um carinho especial pelos contos de caráter regionalista que ele escreveu. A História da Cobra Cega, É o Cavalo do Cão, Fedido a Dísel e Doce Como Mel, O Enigma de Masodo, O Clandestino e recentemente o Homem da Torre foram capaz de me fazer rir, emocionar, chorar, reviver a Belle Époque de Malhador. Lendo estes contos sentir calafrios e me impressionei com a brilhante capacidade de um cidadão malhadorense em escrever, e na sua escrita reviver a história e memória de Malhador e sua gente.

Os contos de caráter regionalistas transcendem a importância textual, na verdade eles são a preservação da memória e da história de Malhador. Impossível lê-los e não se emocionar. Fazendo a leitura deles nós somos transportados para as décadas passadas, revivendo festas, costumes, caminhos e culturas que ficaram na nossa história. É nesse sentido que Jilbertão presta um serviço incalculável para a preservação da memória da nossa gente.

Por toda contribuição dada aos nossos jovens e nossa cultura foi que tive a iniciativa de presta essa humilde homenagem, na tentativa de explicitar não só o meu agradecimento, mas os agradecimentos de toda a nossa gente pelos trabalhos que Jilbertão prestou e continua a prestar na nossa querida cidade de Malhador. Sinta-se calorosamente abraçado por este povo e saiba que em cada sucesso dos nossos jovens tem uma enorme contribuição sua.

Jilberto Rodrigues, o senhor é um cidadão e patrimônio de Malhador, que nos tem concedido através dos seus textos e das sua aulas o poder de sonhar e caminhar em busca da liberdade.

(Autor: Diougo Rafael)

Um comentário:

  1. Meu caro Diougo Rafael
    Fiquei emocionado com sua simpática homenagem. Como é bom saber que nos dias atuais ainda restam pessoas iguais a você que deixam tantas atrações próprias da vida jovem para dar atenção a um simples escritor "cinquentão",igual a mim. Nesta vida, poucas são as coisas que me dão prazer. Leitura e escrita são algumas delas. Leio porque me faz bem; escrevo porque tenho a necessitade de registrar coisas que aconteciam na época em que era criança, mas que, infelizmente, deixaram de existir. O meu grande medo é perder a riqueza cultural de nosso povo. Oxalá eu pudesse registrar tudo o que vi e já vivi. Não sei se terei condições para tal, no entanto, enquanto for possível e haja pessoas como você, que se preocupam, com essas coisas, estarei escrevendo e escrevendo. Onde estão as histórias de nossos avós, as fotos de casas antigas, a cerâmica, os rodetes de casas-de-farinha,os fornos de barro,a culinária tradicional,enfim, tudo isso eram elementos que povoaram a minha infância e, que infelizmente, sumiu, como que por um toque de mágica. Num perído de 4 décadas quase tudo desapareceu. Isso me angustia muito porque ninguém se preocupou em registrar para as gerações futuras. Como fica a história para os nossos filhos e netos? Se tanta coisa boa que existiram já não existe? Se tivéssemos a consciência de que cada minuto na vida é unico e, que aquilo que acontece hoje não voltará a acontecer,registraríamos tudo, tudinho. Mesmo que não houvesse leitor para ler.
    Malhador é muito rico em inspiração. Creio que esta fonte nunca se esgotará porque observo que os temas são tão diversos quantos os "tipos" que fazem a nossa gente.
    Mais uma vez, muito obrigado. Ah! Já estava esquecendo. Não se esqueça de ler "Turismo vira-lata", o novo conto postado em Malhador.com
    Abraços
    Jilbertão

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