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sábado, 19 de dezembro de 2009

Cláudio Miguel: um Filho Ilustre de Malhador


(Filarmônica de Itabaiana tocando a música Cheiro da Terra de Cláudio MIguel)


Malhador se destacou ao longo da sua trajetória pela sua importância agrícola. O nome do Município foi levado aos quatro cantos do Estado como um forte produtor de inhame, chegando a se tornar nos últimos 20 anos o maior produtor de inhame do estado de Sergipe. Suas terras férteis tornavam-se um Eldorado para aqueles que queriam tirar seus sustentos da agricultura, devido isso, falar em Malhador era falar de um povo tipicamente agricultor.

No entanto, algumas pessoas foram mostrando que a nossa história não foi construída apenas com o cultivo da terra (louvado cultivo que nos enche de orgulho), mas também com atividades culturais. Um dos maiores símbolos dessa Gente Cultural de Malhador é o nosso ilustre filho Cláudio Miguel. Este cidadão malhadorense nos mostrou que é possível viver feliz e honrar o nome da sua terra de origem com um trabalho tipicamente cultural.

Cláudio Miguel tornou-se um exímio compositor e musico, mostrando que os sonhos podem ser realizados quando se vive a vida com amor e dedicação. Seu trabalho atingiu o ápice quando a música Cheiro da Terra foi eleita a mais bela canção sobre a Capital Sergipana. Lembro-me que mesmo menino, eu fala aos meus colegas de classe do Murilo Braga (em Itabaiana): “o compositor da música que ganhou, é de Malhador”. Isso me deixava orgulhoso, saber que um homem simples, nascido na minha querida cidade pode ir tão longe com um trabalho honesto e lindo.

Entretanto, fico com o coração entristecido por saber que tão ilustre filho de Malhador não recebe o reconhecimento dos seus irmãos (com exceção da Filarmônica Jacinto Figueiredo, que toca em suas apresentações a música Cheiro da Terra). Sonho com o dia que eu possa vê-lo se apresentar com o Grupo Cata Luzes em praça pública, tendo ao fundo o instrumental da nossa querida Filarmônica.

Mas enquanto o meu sonho não se materializa, contento-me a ouvir as músicas nos CDs do Cata Luzes, pois sei que nosso querido Cláudio Miguel está lá, tocando e cantando com a voz do coração. Por todo este carinho é que presto está singela homenagem, pois as honrarias têm que ser feitas com a pessoa em vida. Cláudio Miguel é a prova viva de que a nossa gente pode viver de cultura, levando o nome de Malhador aonde sua música tocar.

Cláudio Miguel és mais que músico... és um cidadão que enche os corações do povo de Malhador de demasiado orgulho.

Autor: Diougo Rafael

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Carta de Nascimento da Igreja do Penha


Em 1784 o Sr. Ventura Rabelo Leite mandou à Rainha de Portugal, Dona Maria I, uma Carta pedindo autorização para construir uma capela no Engenho Penha. Segundo costa no documento, a capela seria construída com recursos adquiridos através de impostos cobrados à comunidade local.

O documento, além de mostrar o interesse do Sr. Ventura Rabelo Leite em construir a Capela, mostra também que ele era uma pessoa muito importante na Capitania de Sergipe D’El Rei, pois percebe-se que a carta foi escrita diretamente para a Rainha de Portugal.

Em 1795 o Sr. Ventura Rabelo Leite iniciou a construção da capela que recebeu a denominação de Capela Nossa Senhora da Conceição e que passou a ser o ponto de encontro religioso da população local.

A Capela Nossa Senhora da Conceição encontra-se na região denominada Penha, situado no município de Riachuelo, na divisa com o município de Malhador. O complexo que compunha o Engenho (Casa-Grande, Senzala, armazém, maquinários e outros materiais) foi deteriorado, perdendo-se ao longo do tempo. Apenas a Igreja Nossa Senhora da Conceição sobreviveu ao tempo.

Entretanto, encontramos documentos datados da década de 70 que registram reclamações sobre a preservação da Igreja. Porém, foi a partir da segunda metade da década de 90 que a Igreja Nossa Senhora da Conceição, ou como ficou popularmente conhecida, "Igreja do Penha" sofreu seu pior processo de desconstrução material.

Ao analisá-la percebem-se dois tipos de deteriorização: o primeiro natural e o segundo humano. A deteriorização natural é causada por agentes da natureza, como animais que transitam a região, formigas, morcegos e os matos que adentram na Igreja. Já no tocante a ação humana, podemos identificar que a partir da segunda metade da década de 90 iniciou-se um processo de saque na Igreja; todo o Altar de ouro, as portas, as lápides, os restos mortais de quem era enterrado dentro da Igreja, o sino e outros materiais foram simplesmente roubados. O teto encontra-se em situação de risco constante de desabamento, sendo que alguns lugares já desabaram. O piso foi totalmente destruído e a estrutura base da Igreja está cada vez mais corrompida, inclusive com a presença de uma arvore que nasceu dentro da própria Igreja. O que mais nos impressionou na pesquisa que realizamos com a comunidade local, é que os saques à Igreja foram feitos pelos próprios moradores da região e por integrantes de um acampamento do MST próximo.

Em entrevista feita a duas senhoras da região e de acordo com materiais que encontramos dentro da Igreja (velas queimadas), percebemos que mesmo no estado de abandono em que a Igreja do Penha se encontra, a população do povoado Penha utiliza da Igreja para fazer suas orações em dias religiosos, como: dia de finados e dia de Nossa Senhora da Conceição.

Uma Igreja oitocentista, de arquitetura barroca, fundada por um visionário, que atravessou séculos, edificada em uma região rica no cultivo da cana-de-açúcar, de uma beleza encantadora, jogada ao "deus dará". É impressionante como o poder público brasileiro não valoriza seu patrimônio material e cultural.

O documento fica a disposição para aqueles que queiram conhecer como se deu o processo de Construção da Capela Nossa Senhora Conceição, ou como popularmente ficou conhecida, “Igreja do Penha”.

Autor: Diougo Rafael